O Índice de
Vulnerabilidade Juvenil à Violência divulgado ontem em um estudo realizado pelo
Ministério da Justiça e Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que
Marabá é a segunda cidade mais violenta para a juventude do Brasil, perdendo
apenas para Eunápolis (BA). Marabá lidera a lista das dez cidades paraenses
acima de 100 mil habitantes mencionadas no relatório ficando na frente de
Marituba (15.ª), Ananindeua (28.ª) e Parauapebas (29.ª). O índice levou em
consideração as taxas de violência a que os jovens de 12 a 29 anos estão
expostos como homicídios, mortalidade no trânsito, pobreza, desigualdade
socioeconômica, freqüências dos jovens nas escolas e o acesso ao mercado de
trabalho e o relatório foi realizado com base no Censo de 2010. Para o Superintendente
Regional da Polícia Civil, Alberto Teixeira de Barros, os fatores mencionados
como pobreza, desigualdade socioeconômica e freqüências dos jovens nas escolas
acabam resultando no principal fator sob sua administração: homicídios. “A
polícia quer seja civil ou militar combate os efeitos de uma causa que não são
de nossa responsabilidade. O que gera a violência quer juvenil ou não são a
falta de infra-estrutura e condições para a comunidade em geral ter acesso à
escola e trabalho”, mencionou. Além disso, segundo Alberto Teixeira, fatores
como grande extensão territorial para atuação da polícia (a região tem 57.517
Km2 ou 54 vezes maior que a região metropolitana de Belém segundo ele),
conflitos agrários, má conservação das estradas e fronteiras com estados como
Maranhão e Tocantins, também são importantes como resultado na vulnerabilidade
violenta aos jovens. Ainda de acordo com Alberto Teixeira, Marabá possui o que
ele chama de população flutuante, que são as pessoas que vêem a cidade em busca
de melhores condições de vida e à procura de trabalho nos grandes projetos que
existem na cidade. “Nós temos um círculo migratório muito grande de pessoas que
vêem a procura de trabalho, não conseguem e ficam por aqui, não tendo
oportunidade de emprego e educação acabam enveredando para a criminal. O surto
migratório acaba gerando a violência”, explicou o Superintendente da Polícia
Civil. Para o educador Raimundo Gomes da Cruz Neto, os problemas resultantes da
falta de incentivo à cultura e a educação são os principais fatores que levam o
jovem à mercê da violência. “Marabá ainda não tem políticas que incentivem o
jovem a gostar de estudar, a ter prazer na educação. Sem educação o jovem fica
sem emprego e vulnerável aos agenciadores a aliciadores”, relata o
educador.Segundo Raimundo Neto, a rota das drogas que vêem de fora e passam
pelo Pará e por Marabá, também são fortes indícios do resultado tão pessimista
do relatório divulgado ontem.
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