quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Oito pessoas são mortas por dia no Pará



Oito pessoas são mortas, por dia, no Pará. É o que apontam os dados da Coordenação de Estatística da Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac), da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). Até agosto deste ano foram registradas 1875 ocorrências policiais de homicídio e 81 de latrocínio, roubo seguido de morte.
Nos 244 dias entre janeiro e agosto de 2012, diariamente 8,016 pessoas foram vítimas fatais da violência no Estado. O Pará, apesar de ter investido no ano passado R$1,16 bilhão em segurança – o equivalente a 12,34% de incremento – tem o maior número absoluto de homicídios dolosos da Região Norte. Em 2011 foram 2.880 vítimas fatais – o que corresponde a 37,5 mortes a cada 100 mil habitantes –, de acordo com a 6ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e apresentado ontem. 
No ano passado, foram registradas 1033 ocorrências policiais de homicídio doloso e 56 de latrocínio, somente na Região Metropolitana de Belém. Em todo o Estado, foram feitas 139 ocorrências de latrocínio e 2891 de homicídio doloso, uma redução de 38,50% e 16,08% em relação ao ano passado, respectivamente, segundo dados do Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), da Segup. 
No ano passado, o Estado contabilizou 2914 ocorrências de homicídio e 140 de latrocínio, segundo o Siac, sendo o primeiro registrado como crime contra a pessoa e o segundo, contra o patrimônio – ambos são considerados violentos. Os dados confrontam, mesmo os apresentados pela Segup, e de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Sistema Nacional de Estatísticas em Segurança Pública (SINESPJC), gerido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, não é bem abastecido pelo Pará.
A onda de violência registrada em São Paulo tem chamado a atenção da sociedade e despertado diversos questionamentos quanto a eficiência da segurança pública – entre a última sexta e a madrugada de sábado, foram dez mortes. Na Região Metropolitana de Belém (RBM) o índice de homicídios no último final de semana registrou nove mortos. 
A maior parte das vítimas são homens jovens. O tráfico de drogas está ligado a esses homicídios, seja como cobrança por dívida de usuários ou eliminação de traficantes rivais. Outra prática comum nos homicídios dolosos registrados no Estado, segundo o presidente da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), Marco Apolo, é a execução de usuários por grupos de extermínio. “Tudo está ligado à questão da exclusão social. É uma situação encontrada quando eles não têm acesso à educação e trabalho”, garante.
Entre janeiro e novembro do ano passado, 3.442 prisões foram efetuadas envolvendo o tráfico de drogas. “O problema é que só prendem o pequeno traficante, o que é pego com dez petecas. O grande traficante é quase inalcançável. O comércio internacional de drogas, o armamento, a lavagem de dinheiro e o crime organizado não são combatidos e isso contribui para que os crimes violentos e letais contra a vida aumentem muito”, enfatiza

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