Oito
pessoas são mortas, por dia, no Pará. É o que apontam os dados da
Coordenação de Estatística da Secretaria Adjunta de Inteligência e
Análise Criminal (Siac), da Secretaria de Estado de Segurança Pública e
Defesa Social (Segup). Até agosto deste ano foram registradas 1875
ocorrências policiais de homicídio e 81 de latrocínio, roubo seguido de
morte.
Nos 244 dias entre janeiro e agosto de
2012, diariamente 8,016 pessoas foram vítimas fatais da violência no
Estado. O Pará, apesar de ter investido no ano passado R$1,16 bilhão em
segurança – o equivalente a 12,34% de incremento – tem o maior número
absoluto de homicídios dolosos da Região Norte. Em 2011 foram 2.880
vítimas fatais – o que corresponde a 37,5 mortes a cada 100 mil
habitantes –, de acordo com a 6ª edição do Anuário Brasileiro de
Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública
(FBSP) e apresentado ontem.
No ano passado, foram registradas 1033
ocorrências policiais de homicídio doloso e 56 de latrocínio, somente
na Região Metropolitana de Belém. Em todo o Estado, foram feitas 139
ocorrências de latrocínio e 2891 de homicídio doloso, uma redução de
38,50% e 16,08% em relação ao ano passado, respectivamente, segundo
dados do Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), da Segup.
No ano passado, o Estado contabilizou
2914 ocorrências de homicídio e 140 de latrocínio, segundo o Siac, sendo
o primeiro registrado como crime contra a pessoa e o segundo, contra o
patrimônio – ambos são considerados violentos. Os dados confrontam,
mesmo os apresentados pela Segup, e de acordo com o Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, o Sistema Nacional de Estatísticas em Segurança
Pública (SINESPJC), gerido pela Secretaria Nacional de Segurança
Pública, não é bem abastecido pelo Pará.
A onda de violência registrada em São
Paulo tem chamado a atenção da sociedade e despertado diversos
questionamentos quanto a eficiência da segurança pública – entre a
última sexta e a madrugada de sábado, foram dez mortes. Na Região
Metropolitana de Belém (RBM) o índice de homicídios no último final de
semana registrou nove mortos.
A maior parte das vítimas são homens
jovens. O tráfico de drogas está ligado a esses homicídios, seja como
cobrança por dívida de usuários ou eliminação de traficantes rivais.
Outra prática comum nos homicídios dolosos registrados no Estado,
segundo o presidente da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH),
Marco Apolo, é a execução de usuários por grupos de extermínio. “Tudo
está ligado à questão da exclusão social. É uma situação encontrada
quando eles não têm acesso à educação e trabalho”, garante.
Entre janeiro e novembro do ano
passado, 3.442 prisões foram efetuadas envolvendo o tráfico de drogas.
“O problema é que só prendem o pequeno traficante, o que é pego com dez
petecas. O grande traficante é quase inalcançável. O comércio
internacional de drogas, o armamento, a lavagem de dinheiro e o crime
organizado não são combatidos e isso contribui para que os crimes
violentos e letais contra a vida aumentem muito”, enfatiza
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