PF realiza operação “Ordem dos Pregadores” em São Domingos
Desde as 6 horas da manhã desta terça-feira, 15, até as 13 horas, cerca de 50 agentes da Polícia Federal (PF) e servidores da CGU (Controladoria Geral da União) permaneceram em São Domingos do Araguaia, a 65 km de Marabá, para dar cumprimento a 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, contra uma quadrilha acusada de fraudes em licitações e contratos envolvendo recursos federais repassados para a prefeitura daquele município.
Além de utilizar
laranjas na constituição fraudulenta de empresas para vencer licitações
realizadas pela prefeitura, o grupo também é acusado de forjar processos
licitatórios e usar notas fiscais frias. A operação de hoje é um
desdobramento da Operação Carta Marcada, deflagrada em julho de 2011 com
o objetivo de coibir a ação do mesmo grupo.
Diante de indícios de
que a quadrilha continuou atuando, a Polícia Federal solicitou à CGU a
realização de um trabalho de fiscalização pontual para verificar a
regularidade da aplicação dos recursos federais naquele município.
Participam da Operação
“Ordem dos Pregadores” 33 policiais federais e 12 analistas e técnicos
da CGU. Os mandados estão sendo cumpridos na sede da prefeitura de São
Domingos do Araguaia, nas secretarias de Educação, Saúde, Transportes e
Obras e Ação Social, e nas residências de secretários e do tesoureiro do
município. Os implicados deverão responder por crimes de peculato,
fraudes em licitações e formação de quadrilha.
Segundo Fernando Sérgio
Castro, assessoria de Comunicação da PF no Pará, o inquérito é presidido
pela delegada Juliana Santana e as investigações concluíram que as
irregularidades praticadas antes da operação do ano passado continuaram
ocorrendo. Os 50 agentes federais foram mobilizados das cidades de
Belém, Redenção e Marabá.
A quadrilha
desarticulada pela operação vinha utilizando “laranjas” e criando
empresas “fantasmas”, que concorriam e venciam licitações forjadas pela
prefeitura, além de utilizar “notas frias”, receber pagamento integral
por obras não executadas, forjar processos licitatórios, superfaturar
preços e não entregar merenda escolar pela qual recebeu.
Documentos, computadores, pen drives, DVDs e CDs foram apreendidos e serão submetidos à análise por peritos.
Marcelo Borges de Sousa, chefe da Controladoria-Regional da União no Estado do Pará, acompanhou a operação da PF.
Ele informou que a CGU,
juntamente com o MPF e a PF, há algum tempo estava acompanhando o caso, e
recebeu denúncia de diversas fontes na própria CGU, em Belém, relatando
supostas irregularidades em São Domingos do Araguaia.
O material apreendido
será avaliado e depois as possíveis provas do ilícito serão juntadas no
inquérito em andamento para serem enviadas à Justiça.