PGR quer parar Belo Monte novamente
(Foto: Agência Pará)
A
Procuradoria Geral da República (PGR) ingressou com agravo regimental no
Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar suspender decisão
monocrática do presidente do órgão, ministro Carlos Ayres Britto, que
permitiu a retomada das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Por meio do recurso, a PGR pede que a
decisão do ministro seja analisada pelo Plenário do STF, confirmando ou
modificando seu teor.
Como o Supremo está julgando o processo do mensalão, não há previsão sobre quando o pedido será avaliado.
No documento, a PGR insiste que os índios
que habitam a região onde a usina será instalada sejam ouvidos de forma
prévia pelo Congresso Nacional, conforme determina a Constituição. “Não
se pode considerar conforme à democracia e ao devido processo
legislativo uma decisão parlamentar que pode afetar direta e
profundamente uma comunidade indígena, sem que se assegure a esse grupo
étnico pelo menos o direito a voz, pelo menos a possibilidade de tentar
influenciar o convencimento dos parlamentares, cuja decisão afetará o
seu destino”, afirma a vice procuradora-geral da República, Deborah
Duprat, que assina a peça.
“Todo esse quadro, seja no plano
convencional, seja no plano constitucional, leva à seguinte indagação: é
possível situar o interesse público apenas na realização da obra?”,
questiona a PGR. “Essa talvez fosse uma questão de fácil resposta em
face de um ordenamento constitucional consagrador de um direito
hegemônico. No caso de uma Constituição emancipatória, que assegura os
direitos de minorias, impondo limites materiais às decisões das maiorias
eventuais, o interesse público não pode ser medido em desconsideração a
esses grupos”.
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