terça-feira, 18 de setembro de 2012

O jornalismo perde Walter Guimarães


O jornalismo perde Walter Guimarães (Foto: Thiago Araujo)
(Foto: Thiago Araujo)
Morreu na madrugada desta terça-feira, 18, um dos jornalistas mais respeitados do Pará: Walter Guimarães. Walter tinha 72 anos de idade e completou 50 de jornalismo em 2012. José Walter Rolim Guimarães trabalhava há 24 anos no jornal e era um dos colunistas sociais mais importantes e queridos do Estado. Sentiu-se mal no inicio da noite de ontem, em sua casa, e foi levado para um hospital no bairro de Batista Campos, com uma parada cardiorrespiratória, onde acabou falecendo. 
Este ano, o DIÁRIO e o jornalismo paraense já haviam perdido Fernando Castro.
Ao longo da carreira, o colunista conquistou espaço e respeito do público. Testemunha da modernização gráfica, da evolução tecnológica e da virada que proporcionou ao DIÁRIO ser líder de mercado no Estado, Walter era um entusiasta do jornal. Ele chegou ao DIÁRIO pelas mãos do fundador e seu amigo pessoal, jornalista Láercio Barbalho.
Entrou em 1988 para ser o editor-geral adjunto e permaneceu no cargo até 1994. Sua coluna social existe desde os tempos do antigo Caderno “D”. “Meu espaço é aberto a todos os segmentos da sociedade. Não faço distinção, eu respeito e valorizo a dignidade humana, portanto todos têm direito de ver sua festa ou evento noticiado”, disse, na última entrevista que concedeu, para a edição especial de aniversário do DIÁRIO. “A vida não é dotada só de tragédia, polícia, esportes e política. Tem também o seu lado bom, de alegria”, completou.
O jornalista já havia sofrido um princípio de infarto no dia 22 de março deste ano, chegando a implantar pontes de safena. O episódio adiou a festa de comemoração do jubileu de ouro pelos anos de atuação no jornalismo. De hábitos simples, Walter era conhecido pelo senso de humor apurado e a generosidade com amigos e colegas de profissão. Deixa três filhos: José Walter, Jorge Souza e Gorete Guimarães.

A CARREIRA
No início da década de 1960, Walter entrou para a atividade jornalística, trabalhando como repórter policial do Jornal do Dia. No exercício da função, cobriu fatos importantes da história do Pará, como a deposição do governador Aurélio do Carmo depois do golpe militar de 1964.
Naquele mesmo ano, foi trabalhar na Rádio Guajará como repórter de atualidades. Um ano depois, transferiu-se para A Província do Pará, onde assumiu a chefia de reportagem.
Além de ter sido protagonista nos principais veículos de comunicação paraense, o jornalista também foi correspondente do jornal O Globo (RJ) no Pará, da agência noticiosa UPI, vice-presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas, assessor de imprensa da Assembléia Legislativa, assessor especial do Governo do Estado, diretor do Sindicato dos Jornalistas do Pará, membro fundador da Academia de Jornalismo do Pará e diretor-presidente da Imprensa Oficial do Estado. 
Durante o governo de Jader Barbalho, em 1987, Walter assumiu a direção da TV Cultura. Quando saiu, Walter foi trabalhar no DIÁRIO, onde foi editor geral e depois colunista, função que exercia atualmente. Com boas fontes e acompanhamento dos principais fatos da cidade, manteve sempre em alta sua coluna, que ele denominava como eclética e era uma das mais lidas do jornal. A última coluna foi escrita ontem e publicada na edição de hoje do caderno TDB. O enterro do jornalista será no cemitério Recanto da Saudade.
(Diário do Pará)

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