sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Arthur Espíndola, grande vencedor do 1º prêmio, de R$ 12 mil, com a música “Tô Fora de Moda

A noite em que o paraensismo triunfou



A noite em que o paraensismo triunfou (Foto: Everaldo Nascimento)
(Foto: Everaldo Nascimento)
 Com a presença de um público animado, a noite de ontem foi marcada por muita emoção para os finalistas da 4ª edição do Festival de Música Popular Paraense. Doze canções foram executadas por intérpretes cheios de energia, numa sequência que abrangeu ritmos como chorinho, pagode, tecnomelody e pop. E quem se destacou nessa mistura de sonoridades foi o compositor Arthur Espíndola, grande vencedor do 1º prêmio, de R$ 12 mil, com a música “Tô Fora de Moda”. 
“Eu estava nervoso no início e agora nem acredito que fiquei com o grande prêmio, estou muito feliz”, disse Espíndola.
A música “Açude Solidão” ficou com o segundo lugar (R$ 7 mil). Já a garotada da banda Ark abocanhou o terceiro prêmio (R$ 5 mil), com o tecnomelody “Implora”. 
O prêmio de melhor intérprete ficou com Gigi Furtado, que cantou a música “Ibanúje” e o melhor arranjo do festival foi para a composição “Contraluz” - cada um premiado com R$ 2 mil.
Até a quarta edição do festival já foram inscritas em torno de mil composições, de diversas partes do Estado. Estima-se que mais de 12 mil pessoas já passaram pela plateia do evento e mais de 100 mil telespectadores tenham visto as edições pela RBA TV. Uma história que justifica o sucesso deste encontro de artistas, que tem na coordenação o jornalista e crítico musical Edgar Augusto Proença.

PARA TODOS 
Entre as eliminatórias e a grande final foi mais de um mês de preparação. O festival, organizado pela RBA, contou com uma superestrutura de palco e banda base completa. Entre os finalistas, dois são oriundos de Marabá e 10 de Belém - cidades que sediaram as semifinais. 
“A ideia sempre foi contemplar o máximo de diversidade possível. Por isso, fazemos questão de agregar artistas de localidades diferentes e também que exaltam ritmos diversos”, explica Edgar Augusto. 
Essa abertura e preocupação de englobar a pluralidade da cultura paraense fez com que o palco se enchesse de cores e sons. Logo no início da grande festa, os compositores Arthur Espíndola, com a música “Tô Fora de Moda”, e Marquinho Melodia, cantando “Inesperada Paixão”, fizeram o público e júri balançarem os pés ao som do samba. “Eu nunca fico nervoso com apresentações, não sei porque hoje me senti meio inseguro. Mas no fundo o que fica mesmo é alegria de encontrar com os amigos nos bastidores”, confessa Espíndola, antes da divulgação do resultado do festival. 
O chorinho foi representado na apresentação do grupo Charme do Choro, que, junto com a cantora Camila Honda, interpretou a música “Choro Fulô”, de autoria de Allan Carvalho e Ronaldo silva, grandes ganhadoras da edição anterior do festival. “Não sentimos essa pressão de interpretar a canção da dupla que ganhou no ano passado. Para se tocar bem, é preciso estar mesmo tranquilo e curtir esse momento”, diz Camila Alves, que toca cavaquinho no grupo feminino.
A banda Ark e o cantor Jorginho Gomez - autores das canções “Implora” e “Quero Falar”, respectivamente - levaram o swing do tecnomelody e o zouk para o palco do festival. 
As cantoras Gigi Furtado (“Ibanúje”) e Nilva Burjack (“Rio de Alegria”) emprestaram suas forças vocais para enaltecer a música popular tradicional, pegada também percebida na composição “Testemunho”, de Pedrinho Cavalléro, que faz uma leitura dos fatos históricos da Cabanagem.
“Açude Solidão”, de Azarias Cardoso, Marcelo Ramos e Carla Cabral, e “Contraluz”, de Diego Xavier, Leandro Dias e Diego Leite, de arranjos mais requintados, antecederam o pop rock das músicas “De las maneiras que te quero”, de Adriano Cardoso e Robson Luiz, e “Pesadelo”, de Antônio Metal e Banda Primária.
Onde o velho e o novo se encontram
Músicos veteranos e novos rostos da cena local: o palco do 4º Festival de Música Popular Paraense reuniu artistas de diferentes gerações e referências. Para o diretor presidente do DIÁRIO, Jader Barbalho Filho, o aspecto mais interessante do evento cultural é seu poder agregador. “É muito gratificante unir tantos talentos no mesmo espaço e ainda possibilitar a divulgação do trabalho destes artistas, que tantas vezes sofrem com a falta de incentivo. Então, a RBA, com o apoio dos nossos patrocinadores, se orgulha de fazer este papel”, considera.
Acostumado com a pressão dos festivais ao longo de toda sua carreira musical, o presidente da Fundação Tancredo Neves, Nilson Chaves, entende a realização de festivais como uma política efetiva para o fomento da cultura paraense. “Eu fiz muitas parcerias, com gente nova e com artistas de peso, quando participava de festivais pelo país. Então, posso dizer com propriedade que iniciativas como estas fortalecem a cena e dão mais energia aos nossos artistas”, diz o representante do governo do Estado, patrocinador do evento.
Paulo Ivan Campos, gerente geral de relações com as comunidades Norte e Nordeste da Vale, também patrocinadora do festival, também compreende o evento como uma vitrine para as potencialidades de cada participante. “Ser parceiro de iniciativas como estas é só uma forma de enaltecer a grande cena que temos aqui. E saber que estamos dando uma força na divulgação do trabalhos destes artistas é cumprir nossa condição de existência”. Os convites para o festival foram distribuídos gratuitamente e toda a programação da noite foi transmitida ao vivo pela RBATV. 
(Diário do Pará)

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