A noite em que o paraensismo triunfou
(Foto: Everaldo Nascimento)
Com
a presença de um público animado, a noite de ontem foi marcada por
muita emoção para os finalistas da 4ª edição do Festival de Música
Popular Paraense. Doze canções foram executadas por intérpretes cheios
de energia,
numa sequência que abrangeu ritmos como chorinho, pagode, tecnomelody e
pop. E quem se destacou nessa mistura de sonoridades foi o compositor
Arthur Espíndola, grande vencedor do 1º prêmio, de R$ 12 mil, com a
música “Tô Fora de Moda”.
“Eu estava nervoso no início e agora nem acredito que fiquei com o grande prêmio, estou muito feliz”, disse Espíndola.
A música “Açude Solidão” ficou com o segundo lugar (R$ 7 mil). Já a garotada da banda Ark abocanhou o terceiro prêmio (R$ 5 mil), com o tecnomelody “Implora”.
A música “Açude Solidão” ficou com o segundo lugar (R$ 7 mil). Já a garotada da banda Ark abocanhou o terceiro prêmio (R$ 5 mil), com o tecnomelody “Implora”.
O prêmio de melhor intérprete
ficou com Gigi Furtado, que cantou a música “Ibanúje” e o melhor arranjo
do festival foi para a composição “Contraluz” - cada um premiado com R$ 2 mil.
Até a quarta edição do festival já
foram inscritas em torno de mil composições, de diversas partes do
Estado. Estima-se que mais de 12 mil pessoas já passaram pela plateia do
evento e mais de 100 mil telespectadores tenham visto as edições pela
RBA TV. Uma história que justifica o sucesso deste encontro de artistas, que tem na coordenação o jornalista e crítico musical Edgar Augusto Proença.
PARA TODOS
PARA TODOS
Entre as eliminatórias e a grande final foi
mais de um mês de preparação. O festival, organizado pela RBA, contou
com uma superestrutura de palco e banda base completa. Entre os
finalistas, dois são oriundos de Marabá e 10 de Belém - cidades que
sediaram as semifinais.
“A ideia sempre foi contemplar o máximo de
diversidade possível. Por isso, fazemos questão de agregar artistas de
localidades diferentes e também que exaltam ritmos diversos”, explica
Edgar Augusto.
Essa abertura e preocupação de englobar a
pluralidade da cultura paraense fez com que o palco se enchesse de cores
e sons. Logo no início da grande festa, os compositores Arthur
Espíndola, com a música “Tô Fora de Moda”, e Marquinho Melodia, cantando
“Inesperada Paixão”, fizeram o público e júri balançarem os pés ao som
do samba. “Eu nunca fico nervoso com apresentações, não sei porque hoje
me senti meio inseguro. Mas no fundo o que fica mesmo é alegria de
encontrar com os amigos nos bastidores”, confessa Espíndola, antes da
divulgação do resultado do festival.
O chorinho foi representado na apresentação
do grupo Charme do Choro, que, junto com a cantora Camila Honda,
interpretou a música “Choro Fulô”, de autoria de Allan Carvalho e
Ronaldo silva, grandes ganhadoras da edição anterior do festival. “Não
sentimos essa pressão de interpretar a canção da dupla que ganhou no ano
passado. Para se tocar bem, é preciso estar mesmo tranquilo e curtir
esse momento”, diz Camila Alves, que toca cavaquinho no grupo feminino.
A banda Ark e o cantor Jorginho Gomez -
autores das canções “Implora” e “Quero Falar”, respectivamente - levaram
o swing do tecnomelody e o zouk para o palco do festival.
As cantoras Gigi Furtado (“Ibanúje”) e Nilva
Burjack (“Rio de Alegria”) emprestaram suas forças vocais para
enaltecer a música popular tradicional, pegada também percebida na
composição “Testemunho”, de Pedrinho Cavalléro, que faz uma leitura dos
fatos históricos da Cabanagem.
“Açude Solidão”, de Azarias Cardoso, Marcelo
Ramos e Carla Cabral, e “Contraluz”, de Diego Xavier, Leandro Dias e
Diego Leite, de arranjos mais requintados, antecederam o pop rock das
músicas “De las maneiras que te quero”, de Adriano Cardoso e Robson
Luiz, e “Pesadelo”, de Antônio Metal e Banda Primária.
Onde o velho e o novo se encontram
Músicos veteranos e novos rostos da
cena local: o palco do 4º Festival de Música Popular Paraense reuniu
artistas de diferentes gerações e referências. Para o diretor presidente
do DIÁRIO, Jader Barbalho Filho, o aspecto mais interessante do evento
cultural é seu poder agregador. “É muito gratificante unir tantos
talentos no mesmo espaço e ainda possibilitar a divulgação do trabalho
destes artistas, que tantas vezes sofrem com a falta de incentivo.
Então, a RBA, com o apoio dos nossos patrocinadores, se orgulha de fazer
este papel”, considera.
Acostumado com a pressão dos festivais
ao longo de toda sua carreira musical, o presidente da Fundação
Tancredo Neves, Nilson Chaves, entende a realização de festivais como
uma política efetiva para o fomento da cultura paraense. “Eu fiz muitas
parcerias, com gente nova e com artistas de peso, quando participava de
festivais pelo país. Então, posso dizer com propriedade que iniciativas
como estas fortalecem a cena e dão mais energia aos nossos artistas”,
diz o representante do governo do Estado, patrocinador do evento.
Paulo Ivan Campos, gerente geral de
relações com as comunidades Norte e Nordeste da Vale, também
patrocinadora do festival, também compreende o evento como uma vitrine
para as potencialidades de cada participante. “Ser parceiro de
iniciativas como estas é só uma forma de enaltecer a grande cena que
temos aqui. E saber que estamos dando uma força na divulgação do
trabalhos destes artistas é cumprir nossa condição de existência”. Os
convites para o festival foram distribuídos gratuitamente e toda a
programação da noite foi transmitida ao vivo pela RBATV.
(Diário do Pará)
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