quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Após crise e pedido de prisão, Maurino exonera seu sexto secretário de Saúde



Nilson Piedade foi exonerado nesta quarta-feiraNa manhã desta quarta-feira, dia 29, três promotores de Belém participaram em Marabá de uma reunião emergencial para discutir com médicos, secretário de Saúde, Nilson Piedade, e o prefeito Maurino Magalhães, uma saída para evitar que o caos no setor de saúde do município se agrave mais ainda, uma vez que estava previsto iniciar uma greve de médicos ontem mesmo.
Na reunião, o prefeito Maurino anunciou que exoneraria o secretário municipal de Saúde ontem mesmo e disse que já estava buscando um outro nome para assumir a pasta urgentemente. O gestor municipal chegou a pedir aos promotores e aos profissionais de saúde presentes à reunião que indicassem um nome de reconhecida competência na área de saúde.
A reportagem descobriu nos bastidores que a exoneração de Nilson Piedade da Saúde teria sido decidida na tarde da última terça-feira, em uma reunião ocorrida com o grupo que lhe indicou ao cargo, que não vê mais clima para sua permanência.
A reportagem tentou contato com o prefeito Maurino no final da tarde de ontem, para saber se ele já tinha escolhido o novo secretário de saúde, mas não conseguiu. Aliás, a se confirmar essa mudança, esse será o sétimo secretário de saúde da gestão de Maurino em menos de quatro anos de governo.
O primeiro foi o vice-prefeito Nagilson Amoury, depois uma junta governativa comandada por Miguel Gomes Filho, Ademar Rafael Ferreira, Joelma Fernandes Sarmento, Paulo Geraldo de Souza e Nilson da Costa Piedade. Este último está no cargo desde novembro do ano passado, tendo substituído Paulo Geraldo.
O vereador Miguelito disse, recentemente, que a gestão na SMS é uma obra ingrata e das mais impossíveis. Segundo ele, para dar certo na Secretaria de Saúde tem de ser “Deus ou Jesus, pois aquele que entra lá está ferrado”. Para Miguel, o problema da saúde reside na falta de recursos.
A reunião aconteceu no auditório do Ministério Público, e foi coordenada pela promotora Sabrina Daibes Said Amorim, de Marabá, que teve o apoio dos colegas promotores Nélio Caetano, Ivalise Pinheiro Pinto, Leane Fiúza de Melo, todos eles membros do Centro de Apoio Operacional do Ministério Público e com reconhecida atuação na área de saúde.
Após três horas de reunião, os médicos do HMM ficaram de apresentar amanhã, sexta-feira, uma relação com itens básicos que estão em falta no hospital e ações emergenciais que precisam ser efetivadas urgentemente pelo município para que o serviço à população não fique prejudicado. “Pedimos que eles apresentem uma lista factível ao município, não o ideal”, explicou a promotora Sabrina.
Já na próxima segunda-feira, dia 3 de setembro, agendada uma nova reunião com o prefeito e secretário de saúde, para avaliar as propostas e apontar uma solução emergencial.
A promotora Sabrina disse que estava preocupada com a ameaça dos médicos de entrarem em greve, o que causaria um dano muito maior à comunidade local.
Durante a reunião no MP, o prefeito Maurino chegou a avaliar que a pressão exercida pelos médicos neste momento tem conotação política em função da campanha eleitoral que está em curso, o que foi rechaçado pelos médicos presentes, liderados por Rodolfo Amoury, delegado local do Sindicato dos Médicos do Pará.
Também participaram da reunião o presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, Demerval Bento da Silva, o qual se disse preocupado com o caos instalado na rede de saúde e disse que é preciso se chegar a um consenso em relação à escala de trabalho dos médicos nos centros de saúde e ainda sobre a tentativa da Prefeitura de diminuir os plantões nos hospitais, conforme anunciou Piedade.

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