Na
manhã desta quarta-feira, dia 29, três promotores de Belém participaram
em Marabá de uma reunião emergencial para discutir com médicos,
secretário de Saúde, Nilson Piedade, e o prefeito Maurino Magalhães, uma
saída para evitar que o caos no setor de saúde do município se agrave
mais ainda, uma vez que estava previsto iniciar uma greve de médicos
ontem mesmo.
Na reunião, o prefeito Maurino anunciou que
exoneraria o secretário municipal de Saúde ontem mesmo e disse que já
estava buscando um outro nome para assumir a pasta urgentemente. O
gestor municipal chegou a pedir aos promotores e aos profissionais de
saúde presentes à reunião que indicassem um nome de reconhecida
competência na área de saúde.
A reportagem descobriu nos bastidores que a
exoneração de Nilson Piedade da Saúde teria sido decidida na tarde da
última terça-feira, em uma reunião ocorrida com o grupo que lhe indicou
ao cargo, que não vê mais clima para sua permanência.
A reportagem tentou contato com o prefeito Maurino no
final da tarde de ontem, para saber se ele já tinha escolhido o novo
secretário de saúde, mas não conseguiu. Aliás, a se confirmar essa
mudança, esse será o sétimo secretário de saúde da gestão de Maurino em
menos de quatro anos de governo.
O primeiro foi o vice-prefeito Nagilson Amoury,
depois uma junta governativa comandada por Miguel Gomes Filho, Ademar
Rafael Ferreira, Joelma Fernandes Sarmento, Paulo Geraldo de Souza e
Nilson da Costa Piedade. Este último está no cargo desde novembro do ano
passado, tendo substituído Paulo Geraldo.
O vereador Miguelito disse, recentemente, que a
gestão na SMS é uma obra ingrata e das mais impossíveis. Segundo ele,
para dar certo na Secretaria de Saúde tem de ser “Deus ou Jesus, pois
aquele que entra lá está ferrado”. Para Miguel, o problema da saúde
reside na falta de recursos.
A reunião aconteceu no auditório do Ministério
Público, e foi coordenada pela promotora Sabrina Daibes Said Amorim, de
Marabá, que teve o apoio dos colegas promotores Nélio Caetano, Ivalise
Pinheiro Pinto, Leane Fiúza de Melo, todos eles membros do Centro de
Apoio Operacional do Ministério Público e com reconhecida atuação na
área de saúde.
Após três horas de reunião, os médicos do HMM ficaram
de apresentar amanhã, sexta-feira, uma relação com itens básicos que
estão em falta no hospital e ações emergenciais que precisam ser
efetivadas urgentemente pelo município para que o serviço à população
não fique prejudicado. “Pedimos que eles apresentem uma lista factível
ao município, não o ideal”, explicou a promotora Sabrina.
Já na próxima segunda-feira, dia 3 de setembro,
agendada uma nova reunião com o prefeito e secretário de saúde, para
avaliar as propostas e apontar uma solução emergencial.
A promotora Sabrina disse que estava preocupada com a
ameaça dos médicos de entrarem em greve, o que causaria um dano muito
maior à comunidade local.
Durante a reunião no MP, o prefeito Maurino chegou a
avaliar que a pressão exercida pelos médicos neste momento tem conotação
política em função da campanha eleitoral que está em curso, o que foi
rechaçado pelos médicos presentes, liderados por Rodolfo Amoury,
delegado local do Sindicato dos Médicos do Pará.
Também participaram da reunião o presidente do
Sindicato dos Servidores da Saúde, Demerval Bento da Silva, o qual se
disse preocupado com o caos instalado na rede de saúde e disse que é
preciso se chegar a um consenso em relação à escala de trabalho dos
médicos nos centros de saúde e ainda sobre a tentativa da Prefeitura de
diminuir os plantões nos hospitais, conforme anunciou Piedade.
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