quinta-feira, 25 de agosto de 2011

SEM SOCORRO, GRÁVIDA PERDE GÊMEOS MÃE SOFREU APÓS SER RECUSADA NA SANTA CASA E HOSPITAL DE CLÍNICAS

'Eu já tinha comprado todas as roupinhas dos meus filhos, a gente tava esperando a chegada deles... A dor é muito grande. Quero justiça'. Este foi o desabafo do auxiliar de cozinha Raimundo Cícero Gomes, de 33 anos, companheiro da manicure Vanessa do Socorro Castro Santos, de 27, que perdeu os filhos gêmeos na manhã de ontem após ser recusada na Santa Casa de Misericórdia e Hospital de Clínicas Gaspar Viana. Vanessa, que estava grávida de sete meses, enfrentou uma verdadeira via crúcis desde a madrugada da terça-feira para conseguir atendimento. Quando foi, finalmente, recebida na Santa Casa - na segunda tentativa - já era tarde demais: as crianças nasceram mortas.
Durante a confusão, a médica ginecologista Cynthia Lins, plantonista do hospital, teria recebido voz de prisão por omissão de socorro, partida de um militar que acompanhava o casal, e teve que se apresentar na delegacia do Comércio. Antes de ser afastada, a presidente da Santa Casa de Misericórdia, Maria do Carmo Lobato, concedeu entrevista coletiva no final da manhã e disse que, desde a última sexta-feira, a orientação no hospital era de não receber pacientes com gestação prematura, devido à superlotação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de Cuidados Intensivos (UCI). A Polícia Civil já instaurou um inquérito para apurar o caso.
Segundo Raimundo Cícero, a busca por atendimento começou às 3h da manhã de ontem, quando a Vanessa começou a sentir fortes dores. O casal, que mora em Outeiro, seguiu imediatamente em busca de um hospital. 'A gente arrumou umas sacolas com fraldas e roupas, pegamos o primeiro ônibus de Outeiro, por volta de 4h30 da manhã, e fomos em direção à Santa Casa, que era onde ela fazia o pré-natal', relatou Cícero. Ao chegar no hospital, entretanto, o pai afirma que o atendimento foi negado. 'O porteiro disse que a Santa Casa não estava recebendo porque não tinha vagas para os bebês e disse pra gente procurar outro hospital. Ficamos desesperados, pegamos um táxi, com o pouco dinheiro que a gente tinha, e fomos para o Hospital de Clínicas, onde também nos negaram atendimento', lembra Cícero. Além de todos os problemas, a gravidez de Vanessa ainda era de risco, pois a mãe é portadora de Lúpus, segundo contou o marido.

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