segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Trabalhadores Sem terra Ocupam Fazenda do Grupo Santa Bárbara no Pará

A Fazenda Itacaiúnas que fica nas proximidades do perímetro urbano de Marabá, é pleiteada pelos movimentos de trabalhadores rurais há nove anos. Duzentas famílias estão ocupando a área, que já havia sido ocupada há anos, mas foi desocupada por ordem da Justiça e assim, os ocupantes acamparam na frente da sede do imóvel rural.
De acordo com José Maria, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá, a área foi dada como improdutiva pelo INCRA em 2010. A partir daí, foi iniciado um processo de desapropriação da área, mas os ocupantes afirmam que estão cansados de esperar. O Sindicato ainda afirma que a desocupação anterior aconteceu por causa de promessas do INCRA de assentar as famílias na Fazenda Itacaiúnas, como isso não aconteceu, o movimento resolveu radicalizar e pressionar a desapropriação do local.
Edson Bonette, Superintendente do INCRA falou, direto para o Zeca News, que o processo de levantamento da área foi realizado,assim como o levantamento patrimonial do imóvel e um TDA foi emitido. Descontando o passivo ambiental o valor do imóvel ficou em R$ R$9.000.000,00. Mas, a demora se deve à contestação do valor por parte dos proprietários da área na Justiça

.ZNEWS Fazenda Itacaíunas, qual a verdadeira situação uma vez que os trabalhadores e o esperam uma ação do Incra\

BONETI O Incra já entrou com ação de desapropriação que é o pagamento dos títulos de reformas agrárias, pagamento de benfeitorias e a legislação de desapropriação junto à Justiça Federal. O proprietário entrou com recurso e conseguiu suspender a emissão de posse, do Incra no imóvel. Então agora a discussão toda é tratada no âmbito do judiciário. O Incra apelou dessa decisão na Justiça Federal e estamos aguardando a decisão judicial para o Incra e posteriormente criar o projeto de assentamento.
Znews Qual avaliação feita em relação ao valor do imóvel ?
BONETI Na verdade houve uma integral mas houve um desconto no passivo devido a (nesse momento houve uma falha e não tive como entender). Estamos avaliando em torno de benfeitorias,algo em torno de 9, 10 milhões mais ou menos. Aí tem um desconto muito grande relativo ao passivo. Inclusive esse é o problema que o proprietário entrou na justiça e suspendeu provisoriamente a emissão de posse até que se discuta essa emissão do passivo ambiental no âmbito do judiciário.
ZNEWS  Na avaliação do Incra essa terra já poderia ter sido disponibilizada para fins de reforma agrária. É uma questão ainda de justiça?
Boneti O Incra poderia conseguir a tutela antecipada do imóvel sem íntima posse ao assentamento e discutir a questão do desconto do passivo ambiental no judiciário. O juiz poderia deferir ou indeferir o pagamento ou não do passivo ambiental. Isso seria a médio e longo prazo que tramitaria esse processo e discussão do passivo.
Znews Ainda existem 10 áreas em situações similares a serem verificadas?
Boneti Não temos números precisos, mas existem várias áreas nessa situação. Agora com o novo código florestal eu acredito que vai minimizar esse problema porque nessas regiões já se reduz os descontos, as chamadas áreas consolidadas, sul e sudeste diminuíram 50% as reservas. Então só com a mudança de legislação automaticamente já se reduz o passivo ambiental das propriedades. E com o cadastro ambiental rural e com o compromisso de recuperação das áreas então essa questão do passivo ambiental, eu acredito que a nova legislação vai resolver essa discussão que vai pro judiciário, sobre o desconto do passivo. O Incra quando faz uma avaliação no imóvel, e se há o passivo ambiental relativo ao imóvel, o Incra desconta esse passivo no valor geral do imóvel.
Znews Há alguma agenda para receber e intermediar o pessoal envolvido?
Boneti Não porque a discussão atual não é com o Incra. O Incra apelou da decisão, entrou com recurso mas a discussão é no judiciário. Então o Incra já fez a parte administrativa. Esgotou o que é do administrativo. Então temos que aguardar a decisão judicial. Quem suspendeu a emissão de posse foi o judiciário. A gente recorreu da decisão e temos que aguardar o juiz definir ser vai manter a suspensão ou não. Então a discussão é no Poder Judiciário e não no addministrativo


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