O vídeo acima representa meu sentimento em relação à essa conferência.
Em resumo: pros infernos com esse papinho de desenvolvimento
sustentável. Desenvolvimento, ou seja, incremento da economia, é
sinônimo de degradação ambiental. Matematicamente: aumento da indústria
(qualquer que seja) - necessidade de energia; aumento de consumo -
necessidade de energia; crescimento econômico - necessidade de energia;
necessidade de energia (qualquer que seja) - degradação ambiental.
Esse encontro me parece o chá das 5 de um grupo de megacorporações e da
ONU, aproveitando-se da boa vontade, aliada à uma certa dose de
ingenuidade, de cientistas, técnicos, militantes e oportunistas
vinculados às questões e preocupações ambientais. Afinal, os recursos
naturais estão se esgotando... isso é alardeado desde que sou criança. O
que importa é que o desenvolvimento não pode parar. "Sacrifícios
menores" devem ser tolerados para o progresso e "bem de todos". Na
verdade, "os bens" de poucos.
Me irrito há tempos com esse discurso midiático do desenvolvimento
sustentável. Alternativas e soluções são apresentadas frequentemente e
oportunamente até em programas temáticos específicos (lembra-se do
pioneiro Globo Ecologia?). Contudo, ninguém até hoje, pelo que
tenha visto, desestimulou o consumo de coisas inúteis. Nem mesmo os
programas e educação ambiental. Que horror! Separe o lixo da sua casa,
mas compre o carro último modelo. Compre produtos de empresas com o selo
ambiental e baixe o aplicativo para o seu Smartfone que monitora o índice de poluição. Quanta picaretagem. Quanta desonestidade.
Estou farto desse papinho ambiental. Até candidatos do PV, que se julgam
baluartes da causa ambiental, vendem fórmulas que combinam
desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Pra cima de mim não,
violão. Não me satisfaço com a "queda nos índices de desmatamento", mas
ao mesmo tempo, aumento da indústria automobilística e de bens de
consumo.
Talvez o socialismo tenha uma resposta mais concreta, viável e honesta
para esse tema. Agricultura familiar. Microusinas energéticas.
Reaproveitamento de resíduos para produção de energia. Transporte
coletivo de massa. Distribuição de renda. Socialização dos bens de
produção. Reforma agrária com condições de produção. Educação
humanizada, e não alienada. Êxodo urbano. Etc.
Viagens minhas. Mas sem esse papinho chinfrim de Rio+20. Gostaria mesmo é
de reunir 20 e ir ao Rio pra gritar isso na cara desses hipócritas.
Mas... não deu desta vez. Grito por aqui mesmo.
Sugestões de referências:
A história das coisas. http://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k . Acesso em 13/06/2012
Ecologia e Socialismo. Michael Löwy. São Paulo, Cortez, 2005.
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