A economia de Marabá vive um momento crítico. Muitas expectativas foram criadas por conta de grandes investimentos que foram anunciados, mas nunca foram concretizados. A grande frustração é a Aços Laminados do Pará (Alpa).
É bem verdade que a Vale sempre afirmou que o investimento vai ser feito em Marabá. Mas é verdade também que sem a Hidrovia Tocantins Araguaia, esse empreendimento pode demorar a acontecer.
Isso ocorre porque o governo federal removeu das obras do PAC-2 os R$ 360 milhões que seriam empregados no derrocamento do Pedral do Lourenção, para abertura do canal de navegação pelo Rio Tocantins.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), Ítalo Ipojucan, chama atenção para o fato de que o governo federal concluiu as eclusas de Tucuruí, gastando nada menos de R$ 1,5 bilhão. Mas esse investimento, até agora, não serviu pra nada. “De nada serviu gastar R$1,5 bilhão nas eclusas, se não se gasta R$ 360 milhões no derrocamento e a navegação não acontece”, afirma.
Ainda de acordo com ele, Marabá já começa a sentir os impactos dessa quebra de compromisso do governo federal. “Empresas como WV Logística, Linave e grupos de Manaus, que pretendiam se instalar em Marabá, suspenderam as negociações com a Associação Comercial desde que o governo retirou do PAC os recursos para a hidrovia”, explica.
Ítalo Ipojucan confirmou que as entidades que representam o setor produtivo estão organizando um grande alto em prol da Alpa. O primeiro encontro será na Câmara Municipal de Marabá, no próximo dia 16, que irá definir a data do ato.
Ele disse também que espera uma solução conjunta entre governo federal, Vale, setor produtivo local e representantes políticos.
Ítalo lembrou que o senador Jader Barbalho e o deputado federal Asdrúbal Bentes (ambos do PMDB) já entraram na briga em prol da liberação dos recursos para a hidrovia, mas observa que é necessária mais participação política de outros representantes paraenses para fortalecer essa luta.
De acordo com informações obtidas na Sala de Imprensa da Vale, durante esta fase de implantação a Alpa deve gerar16 mil empregos diretos e indiretos. Quando estiver em funcionamento, a previsão é de que sejam gerados 5.300 postos de trabalho diretos e indiretos.
Evasão de mão de obra – O presidente da Associação Comercial de Marabá alerta também para o fato de que muitos profissionais que se formaram em cursos direcionados para atividades desenvolvidas dentro da Alpa estão migrando de Marabá por conta da demora na concretização do empreendimento.
Segundo ele, o destino desses profissionais tem sido Altamira, por conta da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. “Que bom que eles têm essa alternativa de emprego, mas e Marabá, como fica? Quem vai ser nossa mão de obra?”, questiona Ipojucan.
Nenhum comentário:
Postar um comentário