A Justiça do Pará condenou a 21 anos e 6 meses de prisão o homem acusado de ser o mandante do homicídio do sindicalista Pedro Alcântara de Souza (foto).
Na época do crime, a vítima era presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultara Familiar (Fetraf) de Redenção, no sudeste paraense. Souza também foi vereador do município por três mandados e presidente da Câmara Municipal em três ocasiões na década de 1990.
De acordo com o processo, o sindicalista foi assassinado porque se recusava a abandonar um imóvel rural pertencente a Joacy Barros da Rocha, localizado no assentamento Cristalino. Testemunhas afirmaram ter visto o Joacy participando de uma reunião na qual estaria tramando a execução da vítima.
No dia 31 de março de 2010, por volta das 18h30, o sindicalista foi morto a tiros em via pública, enquanto trafegava de bicicleta. Os disparos foram feitos a partir de uma motocicleta pelo pistoleiro Wisley Faustino Oliveira, que estava acompanhado de uma terceira ainda não identificada. Durante as investigações, descobriu-se que a motocicleta pertencia ao intermediário Romério Roberto de Araújo, que contratou os pistoleiros mediante a promessa de pagamento de R$ 30 mil.
Na sentença, o juiz Haroldo Silva da Fonseca, titular da 2ª Vara Penal, afirmou que “a culpabilidade foi intensa, assim como o dolo, agindo o réu com alto grau de reprovabilidade”. “A realidade concreta em que ocorreu o crime revela uma enorme intensidade dolosa, pelo que o réu impelido de sentimento de ódio, determinou a matança da vítima”, disse o magistrado na decisão.
Joacy está preso preventivamente desde 13 de abril de 2010. A sentença deverá ser cumprida em regime inicial fechado, e o condenado não poderá recorrer em liberdade. Os outros dois acusados, Wisley Faustino Oliveira e Romério Roberto de Araújo, não serão levados a julgamento porque estão recorrendo da sentença de pronúncia.