terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Trabalhadores rurais continuam interditando a BR-153

Manifestantes querem negociar com MInistério das Minas e Energia (Foto: Divulgação)
Trabalhadores e produtores rurais de São Domingos do Araguaia bloqueiam a BR-153, à altura do Projeto de Assentamento Sol Nascente, a 20 quilômetros da sede do município, desde às 6h30 de ontem. Eles reivindicam a implantação da eletrificação rural; melhoria da qualidade da carga de energia elétrica nos Projetos de Assentamentos (PA’s) que já possuem o serviço parcialmente e a implementação do funcionamento efetivo da subestação elétrica que se encontra instalada às margens da BR-153.
Raimundo Almeida da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, informou que são seis Projetos de Assentamentos que não estão sendo atendidos pelo Programa Luz Para Todos, do governo federal, implantado em 2003. “Nas comunidades que já têm energia não pode trovejar que ela [energia] falta”, disse, acrescentando que a subestação, construída há um ano e meio, nunca foi feita a ligação dela para fortalecer a energia no município.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais informou ainda que esteve várias vezes em Belém, mas não teve respostas para as reivindicações deles. “São 1.200 famílias sem energia. A base financeira é a produção do leite, há a lei que diz que não pode transportar em latão. Por isso, nós estamos sofrendo com o desperdício da produção, porque não tem energia nos nossos assentamentos”.
Lourival Pimentel, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, ressaltou, por sua vez, que sem energia não tem como o leite ir para os tanques de resfriamento e ordenhas mecânicas, além das poupas de frutas, que se se perdem. “A energia trará melhor qualidade nos alimentos consumidos por nós”, informou.
Um dos que ficaram no bloqueio foi o caminhoneiro Carlos Eduardo Arenas, 32, que seguia da Intabau (SP) para Marabá carregando telhas. “A gente está sem apoio nenhum de banheiro, alimentação, estamos desde 7 horas”, informou o caminhoneiro no início da noite de ontem. A vendedora Nazaré Vieira, 28, seguia com mais 10 pessoas da família para Parauapebas, incluindo a filha de um ano e uma cunhada grávida. Ela estava revoltada com o bloqueio. “A gente fica numa situação dessas com criança. A minha filha está doente e a gente não tem culpa de nada, poderia pelo menos liberar carros com crianças, a gente não tem culpa de nada”, enfatizou a mulher que vinha da cidade de Araguaína (TO), onde tinha ido visitar o pai doente. O motorista Leandro Scoldera, 40, também estava revoltado. “A gente não tem contato com ninguém, olha as nossas condições, chega a noite onde você vai tomar um banho?, você quer ligar para a sua família, avisar o seu patrão e não tem como, porque a gente está isolado”, disse.
Os manifestantes pretendiam continuar o bloqueio até a manhã de hoje, quando aguardariam a chegada de um representante do Ministério de Minas e Energia e do Comitê Gestor do Programa Luz Para Todos dar uma resposta sobre quando será implementada a energia no município.
ABAIXO-ASSINADO
Um abaixo-assinado estava sendo produzido pelos assentados e produtores, o qual estava com mais de 500 assinaturas. O documento ficou de ser entregue ao Comitê Gestor do Programa Luz Para Todos.

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