Como eu comentei aqui, ainda não se digeriram as desinteligências da campanha plebiscitária, mal conduzida politicamente por correligionários do governo.
Governo não cria problemas: resolve-os. Não eram necessários movimentos oficiais para que o “NÃO” vencesse, e quem imagina ter alcançado tento com as escaramuças comete engano.
Enquanto alguns ruminam mágoas outros decidem que não as mastigarão. O primeiro a regurgitar foi o deputado João Salame (PPS), que tirou do peito um dos cordões que ligam políticos ao governo: cargos.
Se os indicados do deputado continuam no governo, é exclusiva discricionariedade do governador, que poderá optar por deixar a carta recebida no tucupi, já que a posição de Salame foi isolada: não alcançou o seu partido, o PPS.
O primeiro movimento partidário de cisão veio hoje, do PDT, comandado no Pará pelo deputado federal Giovanni Queiroz.
A executiva regional do PDT decidiu, por ampla maioria (13 x 4), entregar os cargos obtidos na coalizão com o governo, e cita, na carta que comunica a decisão ao governador, que o faz em função “de posicionamento político que vai de encontro ao manifesto deste governo quando da campanha plebiscitária do Pará”.
Divergências pontuais são comuns em coalizões. Não são elementos condutores de cisões. Portanto, a citação é um eufemismo para dizer ao governador que o PDT, também, é um pote até aqui de mágoas.
Podem os menos avisados optar por subestimar as duas ocorrências, afinal, são “apenas” dois deputados a se colocarem em descompromisso formal com o governo por choque de opiniões, mas, eu não aconselharia tratar a matéria com menosprezo: a castanheira, a mais alta das árvores da floresta amazônica, começa em uma castanha que nos cabe em ¼ da palma da mão.
2012 será um ano nervoso, onde os fios elétricos tendem a descascar na proporção direta da chegada de outubro: não é aconselhável deixá-los expostos ainda no começo da linha de transmissão.
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