sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Marabá não descarta o risco da leishmaniose


A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) local, vem investigando a situação dos cachorros nas proximidades da casa onde uma mulher morreu, em janeiro, sob suspeita de leishmaniose visceral, no bairro Amapá.
A enfermeira Maurícia Ramalho, coordenadora da Divisão Epidemiológica da SMS, revela que solicitou que a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) fizesse o levantamento nas áreas próximas à residência da vítima para saber se o mosquito transmissor da leishmaniose (Flebotomíneo) estava presente, mas não foi verificada a presença do mosquito vetor da doença.
Se realmente for confirmada a presença do protozoário que causa a doença, Maurícia Ramalho diz que haverá motivos para preocupação, já que se trata de uma doença grave, com poucas chances de cura. “Não posso dizer se a leishmaniose visceral encontrada na senhora que faleceu é nossa, mas se algum resultado das coletas realizadas pelo CCZ der positivo, vamos passar a considerar isso. Existe uma dificuldade para se identificar a origem da doença, uma vez que ela pode ficar por anos sem apresentar sintomas. Além disso, segundo a família, a vítima viajou a Imperatriz (MA), que é uma área endêmica da doença”.
O diretor do CCZ, veterinário Nagilvan Amoury, revela que a coleta sorológica já foi realizada em 30 cachorros encontrados nas proximidades da casa da possível vítima. Para confirmar se algum animal está contaminado, o centro ainda aguarda o resultado do material coletado que foi encaminhado ao Laboratório Central, em Belém.
Amoury revela que já foram confirmados casos de cães contaminados com o protozoário causadores da leishmaniose visceral em Marabá. Porém, ele ressalta que a incidência ainda é baixa. “Ainda não existe razão para preocupação, mas seria preocupante se o mosquito vetor da doença também fosse encontrado no município”.
Caso o resultado de algum exame dê positivo para a presença da doença, o veterinário explica que animal será sacrificado. O diretor do CCZ conta que já existe vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina, mas destaca que o preço do medicamento ainda é muito alto. “Alguns estados já fazem a aplicação, mas acredito que ainda não é o nosso caso, pois temos apenas registros isolados”, explica Amoury.
DOENÇA NO PARÁ
Dados divulgados pelo 11° Centro Regional de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) apontam que, juntos, os 21 municípios ligados a regional, registraram em 2011, um total de 707 casos de Leishmaniose Tegumentar. A região é endêmica para este tipo da doença, que apresenta manifestação cutânea e todos os casos registrados são originários do próprio município.
Por sua vez, 10 casos de Leishmaniose Visceral foram identificados no ano passado, sendo apenas um deles em Marabá. Em 2012, há três casos de Leishmaniose Visceral que ainda estão sob investigação.
VEJA OS SINTOMAS
Os principais sintomas da leishmaniose visceral são pele amarelada e abdômen elevado, uma vez que acontece o aumento do fígado e do baço. O período de incubação da doença pode variar de sete meses até 10 anos. (Diário do Pará)

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