O Cametá botou a mão na taça. A goleada de 4 a 1, em jogo que inicialmente parecia muito equilibrado, reverte a vantagem e deixa o time de Cacaio a um passo da conquista do primeiro turno. A questão é o risco de apontar favoritismo neste campeonato, que tem sido um prato
cheio para reviravoltas e surpresas.
Fica sempre a dúvida se a vantagem estabelecida será suficiente para segurar o Águia em Marabá. Afinal, nas semifinais, Tuna e Remo também estabeleceram boas vantagens no jogo de ida e acabaram entregando o ouro no segundo confronto.
No Parque do Bacurau, ontem, boas atuações individuais garantiram triunfo folgado num confronto que não parecia destinado. Marcelo Maciel, Ratinho e Ricardo Capanema fizeram a balança pender para o lado do Mapará.
O primeiro tempo teve o Cametá superior apenas na disposição para marcar e correr. Apesar da indefinição inicial, era visível que o Águia sentia mais os desfalques de Analdo e Rayro, principalmente este último, que é o melhor lateral-esquerdo do Parazão e funciona como forte opção ofensiva.
A ausência do artilheiro Rafael Paty também era sentida pelo Cametá, principalmente quando Jailson e Marcelo Maciel abriam espaço pelas pontas e deixavam o ataque sem alternativa central. Ainda assim, em bolas enfiadas por Soares e Ratinho, os dois avançados desperdiçaram boas chances.
No segundo tempo, João Galvão fez uma troca arriscada. Tirou o meia Flamel, principal armador da competição, e lançou Vando, que vinha de excelente atuação contra o Remo. O problema é que Vando funcionou bem domingo justamente porque tinha Flamel para trocar passes e lançá-lo em profundidade. Sem alguém para armar as jogadas, o atacante isolou-se entre os zagueiros.
O bom Marcelo Maciel, que já havia impressionado nas semifinais contra a Tuna, voltou a jogar muito e foi decisivo. Bem ao seu estilo, deu inúmeras arrancadas, desestabilizou a defesa do Águia e abriu opções para os companheiros na etapa final, aproveitando-se da principal fragilidade do representante marabaense: o condicionamento físico.
Arrisco dizer que, com Paty no comando do ataque e Maciel inspirado, será difícil segurar o Cametá neste campeonato. Ainda mais se Ratinho continuar evoluindo. O armador teve excelente desempenho, tanto como organizador quanto nas manobras de área, terminando por marcar um belo gol. A defesa cometeu um vacilo horroroso, no gol de Valdanes, mas esteve sempre protegida por Ricardo Capanema e também foi poupada pela baixa agressividade do ataque do Águia.
Cenário de duelo encarniçado para a decisão no estádio Zinho Oliveira. Apesar da conhecida força do Águia em seus domínios, em condições normais de temperatura e pressão, o Cametá tem largas chances de sair com o título do 1º turno.
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Cametá goleia Águia no primeiro jogo da final
No primeiro lance de perigo do jogo o meia Soares abriu o placar cobrando falta da intermediária e acertando o ângulo esquerdo do goleiro Alan, logo aos 2 minutos de jogo. O gol empolgou a equipe da casa, que partiu para o ataque e quase chegou ao segundo gol depois do lançamento de Soares que deixou Marcelo Maciel de cara com o goleiro Alan, que salvou o Águia.
Soares cobrou outra falta perigosa aos 14 minutos, mas desta vez a bola passou por cima do gol. Mesmo melhorando em campo, o Águia ainda era dominado pelo Cametá, que teve mais uma boa chance aos 15 minutos. Jaílson recebeu lançamento dentro da área, driblou o goleiro Alan e chutou para o gol, mas o zagueiro Charles entrou de carrinho e evitou o segundo gol do Cametá.
Aos 19 minutos o meia Soares aproveitou a liberdade dada pela defesa do Águia e arriscou uma bomba de fora da área, mas desta vez o goleiro Alan defendeu. Para impedir o toque de bola em velocidade do Cametá, a defesa do Águia abusou das entradas mais fortes nos adversários, travando o jogo. O zagueiro Roberto chegou a ser advertido com o cartão amarelo, após falta violenta.
Mesmo sem grandes chances de perigo, o Águia conseguiu equilibrar a partida, e chegou ao ataque em boa jogada de Flamel pelo lado esquerdo, passando pelo zagueiro Halysson e cruzando rasteiro para a área do Águia, mas ninguém apareceu para completar o passe e a zaga afastou o perigo. Insistindo nos cruzamentos, o Águia chegava mais perto do empate, que surgiu de um escanteio.
Flamel cobrou falta de longe aos 37 minutos, e Ratinho cortou para escanteio. Na cobrança, a zaga não conseguiu afastar e a bola sobrou na pequena área para o atacante Valdanes, que bateu no canto e empatou a partida aos 39 minutos do primeiro tempo. O Cametá tentou voltar ao ataque no final do primeiro tempo e o meia Ratinho arriscou de fora da área aos 44, mas o goleiro defendeu.
O segundo tempo começou movimentado, e quando o Cametá ainda tocava a bola na defesa, o atacante Branco fez o desarme e rolou para o lateral Julio Ferrari, que bateu muito longe do gol. A resposta do Cametá foi imediata, Soares recebeu lançamento dentro da área, dominou e tentou bater no contrapé do goleiro Alan, que fez boa defesa, tudo isso antes de 2 minutos do 2º tempo.
Aos 4, outro lnce de perigo. Soares fez boa jogada na intermediária e rolou para Ratinho, que chutou forte e a bola passou muito perto do gol de Alan. O Cametá voltou a dominar, e chegou ao segundo gol aos 11 minutos em um lance de sorte. A pressão não era suficiente para superar a defesa do Águia, e o meia Ratinho arriscou de esquerda de fora da área, a bola desviou em Charles e entrou.
Para recuperar a força ofensiva, o técnico João Galvão mexeu no ataque do Águia. Branco foi sacado para a entrada de Wando, que deu mais mobilidade ao ataque do azulão. O azulão melhorou e equilibrou a partida, mas o Cametá continuava mais perigoso. Depois de cobrança de escanteio, Soares cruzou na cabeça do atacante Marcelo Maciel, que fez o terceiro do Cametá aos 24 minutos.
Marcelo Maciel se empolgou na comemoração e tirou a camisa, levando o cartão amarelo. Cinco minutos depois, o mesmo Marcelo puxou um contra ataque perigoso do Cametá, e foi derrubado por Charles, que também levou amarelo. Marcelo Maciel foi retirado de maca, e saiu para a entrada do experiente atacante Leonardo, que manteve a velocidade nos contra ataques do Mapará.
Com o placar seguro, o time cametaense recuou em campo, e as jogadas ofensivas ficaram mais raras com a saída do meia Soares, contundido, para a entrada do volante Júlio César, que complicou mais ainda a armação de jogadas do Águia. Bem marcado, Flamel foi sacado do time para a entrada do meia Hállace, que pela primeira vez enfrentou o irmão, o zagueiro Halysson do Cametá.
Quando o Águia esboçava uma reação, o Cametá conseguiu encaixar mais um contra ataque e chegou ao quarto gol. Aos 41 minutos, Américo arrancou em velocidade pela direita do ataque do Cametá e cruzou para a área, o zagueiro Roberto tentou o corte e a bola sobrou para o meia Ratinho, que dominou, ajeitou e colocou com categoria no ângulo esquerdo do goleiro Alan. Um golaço!
Para segurar o grande resultado, o técnico Cacaio tirou o atacante Jaílson e colocou o zagueiro Gílson, e sem dar espaço para a criação de jogadas do Águia, bastou esperar o apito final para comemorar a vitória, e deixar o gramado aos gritos de "É CAMPEÃO" da torcida cametaense.
Agora o Águia recebe o Cametá no Estádio Zinho Oliveira no dia 25 de fevereiro, na grande final do primeiro turno. Para chegar ao título, o Águia precisa vencer por 3 gols de diferença, e o Cametá pode até perder por 2 gols para conquistar a "Taça Açaí".
CAMETÁ 4 x 1 ÁGUIA
Cametá: Evandro; Américo, Tonhão, Hallyson e Souza; Ricardo Capanema, Paulo de Tarso, Soares (Júlio César) e Ratinho. Jaílson (Gílson) e Marcelo Maciel (Leonardo). Técnico: Cacaio.
Águia: Alan; Roberto, Charles e Bernardo; Léo Rosa, Vagno, Marquinhos, Flamel (Hállace) e Júlio Ferrari; Valdanes e Branco (Wando). Técnico: João Galvão.
Árbitro: Edeval Augusto Ferreira Figueiredo.
Local: Estádio Parque do Bacurau, em Cametá.
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