Enem terá apenas uma edição em 2012
(Foto: Foto: Alex Ribeiro/arquivo)
O recém-empossado ministro da Educação, Aloísio Mercadante, já havia antecipado prováveis mudanças no Enem. De acordo com o ministro, a ideia seria alterar a metodologia de correção das redações para dar mais segurança na avaliação final. Entretanto, Mercadante havia descartado a realização de duas provas apenas em 2013.
A presidente Dilma Rousseff chegou a afirmar, no início do mês, que o Enem teria duas edições a partir do ano que vem. Ela defendeu o exame, mas disse que pode “melhorar ainda mais”.
No ano passado, o Inep havia anunciado que, a partir deste ano, haveria duas edições da prova – a primeira em abril e a segunda provavelmente em outubro. No entanto, os planos foram cancelados.
De acordo com matéria distribuída pelo Ministério da Educação, já havia sido solicitado à empresa que faz a gestão de risco do Enem um levantamento sobre a viabilidade da realização dos dois exames no ano. A conclusão, segundo o Ministério, foi que duas edições em 2012 sobrecarregariam a estrutura logística do exame. O diagnóstico foi feito depois de consulta a todas as entidades envolvidas na organização da prova: o consórcio Cespe-Cesgranrio, os Correios e a gráfica responsável pela impressão do material.
O Inep decidiu então revogar a portaria publicada em maio do ano passado, que anunciava a realização de dois exames do Enem por ano. Publicada na edição desta quarta no “Diário Oficial da União”, a nova portaria anula os efeitos da assinada em 18 de maio.
Professor cobra mais credibilidade
A edição do Enem, programada para os dias 28 e 29 de abril, acabou sendo cancelada. A anulação já havia sido anunciada em janeiro pelo então ministro da Educação, Fernando Haddad, sob justificativa de sobrecarga na estrutura logística do exame.
Tentando vestibular pela primeira vez, o estudante Jorge Carvalho Rezque, 17, pretendia fazer o exame para testar seus conhecimentos e tentar antecipar a entrada na universidade. Aluno de escola pública e cursando o último ano do ensino médio, ele se diz chateado com o cancelamento. “Acho uma pena, eu queria poder fazer e já usar a nota, se fosse boa, para tentar uma faculdade. Seria uma forma de me avaliar”, lamenta.
Mantida a prova de novembro, Jorge diz que o jeito é se dedicar ao máximo para conseguir uma boa pontuação. “Como pretendo usar a nota para tentar várias faculdades fora do Estado, vou me esforçar para me sair o melhor possível”, garante.
Já Márcio Reis, 18, aposta no Enem apenas para testar seu nível de conhecimento. “Devido aos constantes problemas com as provas prefiro não focar no exame. Acho que por ser nacional, as provas acabam sendo muito superficiais”, afirma o rapaz, que concorre a uma vaga no curso de direito na UFPA.
Descrédito
Para o professor Otávio Valle, coordenador de um cursinho preparatório para o vestibular, o Enem precisa, antes de tudo, passar segurança aos estudantes. “Há dois anos a coordenação do exame vem tendo problemas com a prova. Os vazamentos e anulações de questões acabam deixando os alunos inseguros com relação à credibilidade de uma prova que pode decidir o futuro acadêmico deles”, reclama.
No entanto, Valle acredita que com duas provas por ano a organização seria mais fácil. “Diluir os estudantes em dois momentos seria mais conveniente e adequado, pois permitiria o adiantamento para quem já concluiu o ensino médio, por exemplo, assim como seria um teste para quem ainda está terminando”, avalia o coordenador. (Diário do Pará)
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