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Onze chacinas, 76 mortes. Todas por crimes de encomenda. Fazendeiros poderosos, do sul do Pará, gozam de total impunidade. Envelheceram sabendo que os processos a que respondem não conseguem ir a julgamento. A lentidão judicial, na maioria dos casos, conspira a favor deles, além da prescrição dos casos. Os crimes foram praticados há 26 anos. Cruéis, vingativos, acobertados pelo descaso de quem deveria à época ter feito o trabalho que se espera de servidores públicos. Os três últimos presidentes do Tribunal de Justiça - Maria de Nazareth Brabo de Souza, Milton Nobre e Rômulo Nunes – têm tentado imprimir agilidade a estes processos para resgatar providências que deveriam ter sido tomadas há quase três décadas.
A burocracia judiciária, aliada às tentativas de localização de testemunhas que já nem residem no Pará para depor nos processos, além da prisão de criminosos foragidos de justiça e pedidos de diligências requeridas ao Ministério que levam uma eternidade para merecer resposta, compõe o cardápio indigesto da lentidão apresentado aos que clamam por justiça.
OS MORTOS
Trabalhadores rurais extremamente pobres -, por outro lado, ganharam da reforma agrária federal sete palmos na cova rasa do latifúndio. Em 2004, sensível ao clamor público, a desembargadora Nazareth Brabo mandou fazer investigação para saber por que os processos não andavam e os assassinos e mandantes não sentavam no banco dos réus.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou aos tribunais internacionais de direitos humanos os casos emblemáticos de exemplar impunidade. O TJ fez o seu próprio levantamento, usando a lista da CPT como referência. A justiça encontrou matança que nunca existiu, inquéritos engavetados pela polícia há 20 anos, processos desaparecidos e casos flagrantes de favorecimento aos criminosos.
As chacinas ocorreram entre 1985 e 2001. Foi descoberto o desaparecimento de dois processos sem comunicação ao TJ e ausência de denúncia contra pistoleiros e
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