quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Natureza lamenta o muro da vergonha




muro
A fauna na fronteira entre o México e os EUA sofre com a presença do muro construído para evitar imigrantes
A fotógrafa norte-americana Krista Schlyer realizará, ainda este mês, em Nova York, uma nova exposição do trabalho em que captou, com sua câmera, os efeitos causados pelo muro criado na fronteira entre os Estados Unidos e México sobre a fauna e a flora da região.
Segundo a Sky Island Alliance, instituição dedicada à conservação da natureza, as montanhas e desertos que ficam na divisa entre os Estados do Arizona e do Novo México abrigam grande diversidade de animais e vegetação, e a criação do muro teria criado um desequilíbrio ecológico na região.
A criação de barreiras nesta área, segundo a organização, afeta a reprodução das espécies, interfere na população de presas, impede o acesso a fontes d’água e modifica as rotas migratórias naturais da fauna local.
Em seu livro Continental Divide: Wildlife, People and the Border Wall (Divisa Continental: Vida Selvagem, Povo e o Muro da Fronteira, em tradução livre do inglês), Krista Schlyer denuncia os efeitos ambientais e sociais da barreira criada pelos EUA. Em 2006, ambientalistas conseguiram na Justiça a interrupção da construção do muro na Área de Conservação de San Pedro Riparian, no Arizona. No entanto, o governo dos EUA recorreu à lei de segurança nacional para retomar a obra.
Segundo especialistas, os efeitos da construção do muro sobre os animais e as plantas foram intensificados devido ao aquecimento global. O muro que separa os EUA do México se estende por cerca de 3.100 km, passando por áreas urbanas, litorâneas e desertos. Defensores do muro afirmam que ele é necessário para evitar a entrada de imigrantes ilegais.

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