quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

(Foto: Pedro Ladeira/AE)
Jader Barbalho foi empossado quarta-feira (28) senador do Pará. Em uma cerimônia concorrida que aconteceu na Sala da Presidência do Senado Federal, Jader foi empossado pela presidente em exercício do Senado, Marta Suplicy (PT-SP. Ele fez o juramento e assinou o termo de posse.
Apesar do recesso do Congresso Nacional, vários deputados federais ficaram em Brasília para acompanhar a posse do líder peemedebista. Além de Marta Suplicy, a posse foi acompanhada por sete senadores: Waldemir Moka (PMDB-MT), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), João Vicente Claudino (PTB-PI), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Cícero Lucena (PSDB-PB), Gim Argelo (PTB-DF) e Romero Jucá (PMDB-RR).
Diplomado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) no último dia 17, ele apresentou ao Senado documento mostrando que obteve 1.799.762 votos preferenciais, do total de 4.483.459 votos válidos registrados nas eleições de 2010. Logo após a cerimônia, o senador foi entrevistado por cerca de 100 jornalistas, entre eles correspondentes de agências internacionais de notícias. Sem esconder a emoção, Jader Barbalho lembrou que retorna ao Senado “com muita satisfação”, casa da qual já foi presidente e líder do PMDB por mais de seis anos.
“Não foi fácil disputar as eleições tendo a recomendação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que o voto seria nulo. Foi o pior adversário que tive em minha carreira”, disse o senador Jader Barbalho, ao iniciar a entrevista.
Jader comentou ainda que, depois das denúncias que sofreu, foi eleito deputado federal pelo Pará em duas oportunidades: em 2002, quando foi o deputado federal mais votado do Brasil, e em 2006, quando foi o terceiro mais votado do país.
Instado sobre o papel que deverá desempenhar no Parlamento a partir de 1º de fevereiro – já que é um dos principais líderes políticos nacionais –, o senador reforçou seu propósito de atuar em defesa do Pará. “Meu compromisso maior é com o povo do meu Estado”, disse ele, descartando a hipótese de disputar algum cargo de liderança na casa.
“Entro no final da fila, como recruta, para aprender muito mais no Senado. Chego aqui como o melhor aprendiz. Meu papel será o de unir forças pelas grandes questões fundamentais ao povo brasileiro e, principalmente, em defesa do meu Estado. Devo meu mandato exclusivamente ao povo do Pará”, ressaltou.
O senador foi questionado sobre a validade da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010). Ele lembrou ter votado a favor da lei quando era deputado, mas disse acreditar que a regra só deve ser aplicada a partir das eleições de 2012.
“Eu votei favorável (quando era deputado na Câmara Federal) e vocês podem conferir isso. Agora, acho que este momento é o momento em que o Supremo tem de analisar esta questão da constitucionalidade (para avaliar se a lei vale para as eleições de 2012)”, disse o senador no gabinete da liderança de seu partido, PMDB, no Senado.
“Eu lamento que, a partir do momento em que o Supremo declarou que a lei era inconstitucional, eu não teria o direito de exercer o mandato que me foi concedido pelo povo do Pará. Lamento profundamente, mas o mandato de senador é longo, de oito anos, e eu terei mais de sete anos para exercer o mandato pelo Pará e devolver a solidariedade ao povo do Pará”, completou.
O senador também falou sobre o momento em que foi obrigado a renunciar ao mandato, em 2001. Ele disse aos jornalistas que “de certa forma” se arrependeu de ter agido de forma passional na época (no embate com o falecido senador baiano, Antônio Carlos Magalhães). “Renunciei na época porque havia um clima impossível para permanecer no Senado, o embate havia sido muito passional. Foi um gesto de natureza política”, desabafou.
Pará sempre em primeiro lugar
O novo senador paraense afirmou também que, apesar de fazer parte da base aliada do governo federal, não terá nenhum problema em divergir do governo nas votações em plenário, principalmente nas questões que forem em prejuízo ao Estado do Pará.
“O fato de o vice-presidente (Michel Temer) ser do meu partido não me impedirá de eventualmente vir a divergir de alguns pontos, pois devo meu mandato exclusivamente ao povo do Pará. Se acreditar que devo divergir é o que vou fazer”, reforçou Jader.
Sobre as razões que levaram a Mesa Diretora da Casa a dar posse a Jader, mesmo o Congresso Nacional estando em recesso, o senador respondeu aos jornalistas que não houve “pressa” para empossá-lo e que a decisão de fazê-lo antes do recesso parlamentar foi do presidente do Senado, o também peemedebista José Sarney (AP).
“Eu acho que foi até um pouco demorado. Eu perdi 11 meses do meu mandato. Acho que houve demora, mas o mandato do senador é longo e há tempo suficiente. Se tivesse vindo antes teria sido melhor”.
Antes de se dirigir à Sala da Presidência do Senado, Jader Barbalho – acompanhado pelos filhos Daniel, 9, e Giovanna, 15 – seguiu para o gabinete do senador e companheiro de partido, Renan Calheiros (AL), onde, por telefone, recebeu os cumprimentos do colega de parlamento. Durante os cerca de 40 minutos em que ficou no gabinete, o telefone dos assessores do senador não paravam. Muitos colegas que não puderam estar presentes à cerimônia ligaram para dar as boas-vindas ao paraense, entre eles o presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp (RO).

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