terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Violência entre Águia e Remo teve repercussão


Violência entre Águia e Remo teve repercussão (Foto: Mário Quadros)
(Foto: Mário Quadros)
Após ter baixado a poeira da confusão que ocorreu durante a partida entre Águia e Remo, o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, Tenente Coronel Monteiro, deu maiores esclarecimentos sobre o ocorrido. Ele informou que não foi identificado o dono do tripé que serviu como arma para Alexandre Carioca e revelou ainda que nos próximos jogos no Zinho Oliveira não vai proibir a entrada do equipamento que serve como base para câmeras filmadoras e máquinas fotográficas. Porém, ele ressaltou que os profissionais de imprensa terão de se responsabilizar por seus objetos.
“Não existia restrição quanto a entrada de tripé na área do campo e não acreditamos que o profissional da imprensa foi conivente com a agressão. Mas, vamos pedir atenção para que as pessoas que estiverem trabalhando na parte interna do campo andem sempre com os seus equipamentos em mãos, pois baseado no princípio de oportunidade, como foi o caso, um tripé pode se tornar uma arma”. O comandante lembra que a Polícia Militar apresentou o jogador Alexandre Carioca à delegacia da Polícia Civil de Marabá, mas não foi dado sequência a ocorrência, uma vez que a vítima, o jogador Aldivan evitou formalizar ocorrência.
Caso o processo tivesse sequência, ele explica que seria feito Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal.
“Caso o Alexandre fosse condenado acredito que ele cumpriria a pena com a doação de cesta básica ou prestação de serviço à comunidade”.
Apesar de não ter sido o único agressor durante a confusão, somente Alexandre Carioca foi levado à delegacia. Segundo o coronel, isso aconteceu porque a PM seguiu a orientação do árbitro, que durante a partida é a autoridade máxima em campo. “Depois tivemos a informação de que o jogador Magnum deu um soco em Branco e orientamos a diretoria do Águia para que o próprio jogador fizesse o registro da agressão”.
Para Tenente, efetivo de policiais era suficiente
Monteiro informou que um efetivo de 92 policiais estava escalado para fazer a segurança da partida, além do apoio de outros 38 bombeiros. Ele acredita que o número era suficiente para o esquema e afirma que a PM não demorou a agir diante da confusão.
“Quando vamos agir em qualquer tipo de confusão dentro do gramado, primeiro preservamos a integridade física da arbitragem. Encaramos uma situação inesperada, mas agimos com tolerância. Não foi feito nenhum disparo e, em nenhum momento, foi utilizado o spray de pimenta”.
Monteiro repudiou a atitude de aguianos e remistas que se envolveram na confusão. Em contrapartida, ele elogiou a torcida que marcou presença do estádio e se comportou bem, ficando fora do tumulto. Na avaliação da autoridade policial, o Zinho Oliveira tem plenas condições de receber jogos decisivos que atingem a capacidade máxima da praça de esportes.
“O que aconteceu dentro do gramado do Zinho Oliveira poderia ter acontecido em qualquer outro lugar, então acredito que não houve falha estrutural do estádio, que tem condições de receber a partida final do turno do campeonato, contra o Cametá. Para isso, vamos reforçar as atenções e se preciso utilizaremos a pistola Taser, que é uma arma não-letal capaz de liberar uma descarga elétrica a fim de imobilizar uma pessoa momentaneamente”.

FPF não vai interditar estádio, mas o TJD...
O Tribunal de Justiça Desportiva deve interditar, preventivamente, o estádio Zinho Oliveira. Já a Federação Paraense de Futebol manteve o posicionamento da entidade sobre o lamentável episódio de Marabá. Aliás, o diretor-técnico da FPF, Paulo Romano, atuou como delegado oficial da partida.
“O que podemos assistir foi uma atitude das pessoas que estavam fazendo parte do jogo, ou seja, das pessoas relacionadas de ambas as equipe”, relatou Paulo Romano. Segundo ele, a única atitude que a FPF pode tomar é quanto às condições técnicas e administrativas do estádio, se algumas delas não forem atendidas, pode haver uma intervenção.
Porém, o diretor técnico da FPF pediu, após a partida, ao presidente do Águia de Marabá, Sebastião Ferreira, e ao prefeito da cidade, Maurino Magalhães, que fossem providenciados um afastamento entre os bancos de reservas do mandante e o do visitante, porque para Romano as incitações começam lá. “Não tem mais como trabalhar com as duas equipes lado a lado, pois há muito xingamento de ambos os lados, então, tecnicamente, aqueles bancos não podem mais ficar ali”.

Em pauta: a segurança do Zinho
O vice-presidente de futebol do Clube do Remo, Hamilton Gualberto, compareceu ontem à tarde na sede da FPF para prestar queixa. Para o dirigente azulino, o Zinho Oliveira tem que ser interditado imediatamente. Ele ainda não sabia da medida do Tribunal de Justiça Desportiva, que deve confirmar hoje que interditou o estádio Zinho Oliveira - a informação foi confirmada no fim da noite de ontem. “Nós fomos tratados com desrespeito lá. No momento da confusão, os nossos jogadores estavam acuados devido à intimidação que o policiamento fazia contra nós. Fiquei tão estupefato que tive que descer da tribuna para defendê-los, já que eles eram os únicos que estavam sendo repreendidos”, declarou Gualberto, que espera uma atitude coerente do Tribunal de Justiça Desportiva do Pará (TJDPA).
Andrey da Silva e Silva, árbitro do jogo, protocolou a súmula e um relatório da partida para que seja encaminhado ao relator do TJDPA. “No relatório, constam as agressões que tiveram no jogo e as expulsões dos jogadores Magnum (Remo), Alexandre Carioca e Miro (Águia), e também dos preparadores físicos Roberto Ramalho, do Águia; e o Carlos Roca, do Remo”, informou Andrey. Questionado sobre a “voadeira” do meia Magnum em cima dos adversários, Hamilton Gualberto afirmou que Remo não vai punir o jogador.
Nilton Gurjão, Promotor Público e Procurador Geral do Tribunal de Justiça Desportiva, pedirá ao presidente do TJD, Armando Rodrigues Filho, que acompanhe de perto o caso. “A imagem mostrou e teve repercussão nacional. Nós vamos caracterizar como agressão física contra os agressores (Magnum e Alexandre Carioca), podendo levar de seis meses a um ano de suspensão administrativa disciplinar”, disse Nilton.

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