Um verdadeiro caos. Foi assim que a cidade de Marabá amanheceu nesta quarta-feira (2), Dia de Finados, em razão da forte chuva que caiu sobre a cidade durante toda a madrugada. A enxurrada atingiu principalmente a periferia, mas também alagou grande parte das obras de duplicação da Rodovia Transamazônica.
Os bueiros entupidos foram os grandes vilões da comunidade, especialmente para as pessoas que moram na área de influência da Grota Criminosa, na Nova Marabá. o cenário foi de casas e rua alagadas, árvores e ater muros derrubados.
Moradores do Km 7 chegaram a ocupar a linha do trem, como forma de protestar por projetos de infraestrutura para o bairro, mas foram retirados de lá pela polícia. Enquanto isso, moradores da Folha 29 cortaram a pista da V-2, em frente ao Cemitério da Saudade, para escoar a água que estava represada na Grota Criminosa.
À noite, os moradores das Folhas 20 e 21 interditaram a VP-7, na divisa das duas Folhas, que são cortadas pela Grota Criminosa. Os manifestantes fecharam as duas pistas com sofás, geladeiras e outros móveis danificados pela chuva, em protesto contra a prefeitura Na manhã de hoje, eles prometem fazer manifestação em frente à prefeitura, cobrando ressarcimento pelos prejuízos.
Na Folha 29, os moradores não ficaram apenas nas críticas. Eles abriram uma vala de uma extremidade a outra da pista da V-2 para liberar a água da Grota Criminosa.
Pelos lados da Cidade Nova, os bairros mais periféricos foram extremamente prejudicados. Na Rua Cecília Meireles, que fica no Bairro Bom Planalto, a Quadra 67 ficou inteiramente alagada e uma moradora, que tentou sair de casa, por pouco não foi arrastada pela enxurrada. Ela foi salva pelos vizinhos, que ouviram os gritos de socorro.
Diante deste cenário, os motoristas que se arriscaram a passar pela Rodovia Transamazônica, entre a ponte do Rio Itacaiúnas e o viaduto que dá acesso à VP-8, na Nova Marabá, passaram um sufoco tremendo. A água encobriu vários trechos das pistas em obras e houve pequenos desmoronamentos das vias centrais que ainda não foram rebaixadas.
A Assessoria de Comunicação da Vale enviou a seguinte nota sobre a ocupação da Estrada de Ferro Carajás, na altura do Km 7: “Sobre a forte chuva que castiga Marabá desde a madrugada desta quarta-feira, 2, a Vale informa que está em contato com a Defesa Civil, Polícia Militar e bombeiros e está à disposição do poder público para auxiliar nas medidas necessárias. Neste sentido, a Vale já está com seus profissionais no local no auxílio às famílias desabrigadas pelas chuvas. A Vale reitera seu compromisso com o diálogo constante com as comunidades.”
Segundo o Instituto de Meteorologia do Estado do Pará (Inmep), a chuva da madrugada teve intensidade de 115.8 milímetros e rajadas de vento de até 40 km/hora. Isso aconteceu devido ao forte aquecimento.
De acordo com Joab Pontes, coordenador da Defesa Civil de Marabá, o órgão, composto por 16 pessoas, não estava preparado um alagamento de grandes proporções. A Defesa Civil recebeu 112 ligações e a maioria não foi atendida. Os esforços ficaram concentrados na Folha 20.
O tenente coronel Marcos Norat, comandante do Corpo de Bombeiros em Marabá, informou que os 15 homens de prontidão durante a madrugada deram preferência aos pontos mais críticos
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